Fatores preditivos de resposta ao tratamento com inibidores de protease em um centro na Amazônia ocidental

  • Miguel Yasuo Tomita Nicacio Universidade Federal do Acre

Resumo

Introdução: Cerca de 170 milhões de pessoas no mundo vivem com o vírus da hepatite C. Os inibidores de proteases (Boceprevir e Telaprevir) foram os primeiros antivirais de ação direta capazes de apresentar taxas de Resposta Virológica Sustentada (RVS) mais elevadas do que aquela alcançada pela terapia dupla. Entretanto, estiveram disponíveis por curto período dificultando estudos clínicos prolongados. Objetivo: Avaliar a eficácia terapêutica da terapia tripla no tratamento da hepatite C crônica genótipo 1. Material e métodos: Estudo transversal que utilizou registros médicos de pacientes com hepatite C crônica tratados com inibidores de protease no Hospital das Clínicas do Acre. A análise estatística incluiu descrição de frequência (%), médias, desvio padrão e qui-quadrado. Os valores foram estatisticamente significantes quando a probabilidade do erro alfa (α) era menor que 5% (p <0.05). Resultados: Dos 102 pacientes que usaram inibidores de proteases, 68 completaram o tratamento e 51 (75%) alcançaram RVS, estando significativamente associada aos valores de carga viral e de exames laboratoriais realizados durante o tratamento como hemoglobina, hematócrito, aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase e gama glutamil transferase. Fosfatase alcalina pré-tratamento também apresentou correlação relevante. Os valores de PCR-RNA abaixo do ponto de corte foram relevantes desde o período pré-tratamento até a 48º semana. Conclusão: A terapia com inibidores de protease foi eficaz e segura na maioria dos pacientes. Contudo, efeitos colaterais e baixa taxa de RVS permanecem como fatores limitantes, minimizados com a introdução dos novos antivirais de ação direta. 

Publicado
2019-03-31