Perfil Epidemiológico dos Acidentes de Trabalho por Animais Peçonhentos no Tocantins, 2014-2023

Maria Eugênia Teixeira Soares, Maria Laura Teixeira Soares, Leonardo Alencar Amaral de Melo, Agostinho Vargas Teixeira Júnior, Lorena Dias Monteiro

  • Maria Eugênia Teixeira Soares AFYA PALMAS
  • Maria Laura Teixeira Soares AFYA PALMAS
  • Agostinho Vargas Teixeira Junior AFYA PALMAS
  • Leonardo Alencar Amaral de Melo
  • Lorena Monteiro Dias AFYA PALMAS

Resumo

O objetivo deste estudo foi descrever o perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho por animais peçonhentos no Tocantins, 2014-2023. Realizou-se um estudo epidemiológico sobre acidentes de trabalho com animais peçonhentos em pessoas acima de 18 anos notificadas no estado do Tocantins no período de 2014 a 2023, com registro de 3.455 casos e os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Dos 41.221 casos, 3.455 (8,38%) foram acidentes de trabalho. A maioria era masculina (87,45%), autodeclarada parda (74,71%), com idades entre 15-39 anos (49,38%) e 40-64 anos (41,12%). O atendimento ocorreu em até 1 hora (39,31%), entre 1-3 horas (32,14%) e após 24 horas (4,49%). Bothrops (25,18%) foi o gênero mais identificado, mas 66,71% das notificações não informaram a espécie. Escorpiões e serpentes corresponderam a 35,80% cada. As principais regiões atingidas foram pés (22,82%) e mãos (21,55%). Soroterapia foi administrada em 39,54% dos casos. Os achados mostram vulnerabilidades ocupacionais, com predominância de homens jovens em atividades rurais e a subnotificação na identificação das espécies compromete o manejo clínico, enquanto a variação no tempo de atendimento e a subutilização da soroterapia reforçam a necessidade de vigilância epidemiológica e qualificação profissional.

Publicado
2025-09-12