Parasitos como agentes etiológicos de meningites: causas negligenciadas dentre tão poucas opções
Resumo
Casos de meningites são considerados um problema de saúde pública crescente em escala mundial. As principais limitações no diagnóstico rápido e correto da etiologia parasitária é a dificuldade no encontro das formas parasitárias no liquido cefalorraquidiano (LCR) e suspeição clínica. A presente revisão visa identificar lacunas no diagnóstico laboratorial e reduzir possíveis erros que levam a desfechos clínicos desfavoráveis. Uma busca em três diferentes bases de dados eletrônicas foi realizada a fim de identificar os mais comuns parasitos causadores de meningites e a melhor conduta laboratorial para um diagnóstico assertivo. Destaca-se a pleiocitose como característica mais comum (95,5%), com predomínio de eosinófilos em infecções por Angiostrongylus cantonensis e de neutrófilos em infecções por Naegleria fowleri e Strongyloides stercoralis. Os valores de glicose e de proteína apresentam níveis abaixo e acima dos valores normais, respectivamente. Particularmente nas infecções por A. cantonensis é incomum o encontro de larvas no LCR, sendo a eosinorraquia o parâmetro útil. A origem parasitária não foi a primeira suspeição clínica, o que pode ter contribuído no agravamento dos casos devido ao atraso nas intervenções terapêuticas. Nossos achados apontam para a negligência e desconhecimento frente à origem parasitária de infecções no Sistema Nervoso Central.
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